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A mídia impressa sobrevive. Se virar digital

Confira as novidades diretamente do Festival of Media em Montreux, na Suiça, que acontece de 15 a 17 de abril

O Festival of Media de Montreux resolveu que é hora de tirar alguns elefantes da sala, como disse seu CEO e organizador Charlie Crowe na abertura do evento. Um deles (há inúmeros outros) é encarar de frente a discussão da morte, ou não, da mídia impressa.

A melhor, mais curta e mais decisiva resposta-síntese veio da Dra. Kate Stone, da surpreendente empresa de tecnologia Novalia, que defende simplesmente que todo impresso pode ser interativo. Engenheira pesquisadora com cara de cientista maluca, Dra. Kate resumiu: “Print will not die, will evolveâ€. Na nossa língua pátria, o impresso não vai morrer, vai evoluir.

Com a premissa concordaram todos os que subiram ao palco do evento ao longo de várias das seções de palestras do dia: a mídia impressa vive uma crise de suporte, o papel, mas não de essência, conteúdo curado e com credibilidade. Vive outra crise: a estupefação dos gestores das empresas de comunicação diante do digital e sua lentidão em adotar novos formatos de distribuição do que produzem. Vive outra ainda: a migração de leitores e verbas dos anunciantes para o digital. Todas elas, crises com solução. É o que acreditam os palestrantes do festival.

Vamos lá, por pedaços.

Suporte. O consumo da informação no papel tenderá a diminuir, nenhum dos palestrantes discorda. Muitos jornais e revistas vão morrer desse mal. Não aquelas que associarem o consumo de seu conteúdo ao suporte digital, em várias telas, plataformas e tecnologias. Maria Luisa Francolli, Chief Executive of MPG and Havas Media North America foi categórica ao afirmar: “Temos que entender os produtores de conteúdo da mídia impressa prioritariamente como produtores de conteúdo de excelência. Se eles mesmos se perceberem mais assim do que como produtores de revistas ou jornais, terão futuro garantido. Não importa a plataforma.â€

A estupefação. O remédio para esse mal é acabar com o mal pela raiz, sair da toca e buscar corajosamente novas alternativas. Werner Vogels, CTO da Amazon, não fez palestra especificamente sobre o tema, mas tocou nele ao falar da experiência da Amazon com seu tablet e a distribuição de conteúdos. E foi claro: as empresas de hoje têm que ver-se como eternas startups, empresas cujo desafio é criar novas soluções para um ambiente permanentemente de alto risco. Testar, medir e seguir adiante ou procurar outra solução é a única fórmula de sucesso possível. Arriscar é a palavra de ordem. Testar é a única solução. Bola no colo dos publishers.

A migração das verbas e leitores para o digital. Essa é fácil: é só você ser digital também. Quem deu a fórmula (prática e com resultados comprovados) foi Andrew Rashbass, Chief Executive do The Economist Group. Depois de mostrar como o The Economist criou nos últimos anos comunidades online, redes de publicidade interativa, consultoria para anunciantes para melhor uso do digital, etc., apresentou gráficos em que mostrou como sua companhia vem, de forma bem sucedida, captando mais e mais verbas publicitárias em suas presenças digitais. Veja, presenças. No plural. O The Economist monetiza, por exemplo, cada centímetro de sua página no Facebook (milhões de fãs no mundo). Aliás, monetiza toda sua presença nas redes sociais. Monetiza tablet, mobile, portal. Produz aplicativos. E monetiza. Criou uma rede de anúncios online em todas essas suas propriedades e…monetiza. O dinheiro migrou para o digital: oba, boa notícia! Nós estamos lá. Quanto a migração também dos leitores para o digital, mostrou que de fato isso acontecerá com o The Economist também nos próximos anos. No mesmo gráfico, mostrou as projeções de crescimento dos leitores dos conteúdos do The Economist nas plataformas digitais. Resultado final do balanço dessa gangorra: crescimento mundial do número de seus leitores, exatamente na linha histórica de crescimento da marca ano após ano, desde que foi fundada.

Tá resumido o principal papo do dia.

Houve ainda um painel muito legal e participativo chamado Agency Jeopardy, em que 8 representantes das maiores agências de mídia do mundo responderam a questões do apresentador como num programa de auditório, com direito a quem apertar o botão mais rápido responde. E leva prêmio no final. A cada questão, a oportunidade dos participantes darem sua opinião sobre o tema da pergunta. O formato não permite grandes profundidades de análise, mas é divertido e variado. Muita gente falando pouco e rapidinho sobre temas de relevância. Funcionou.

Um comentário

  1. Marcelo disse:

    As mídias impressas estão com os dias contados, pois cada vez mais as mídias digitais vem se popularizando em todo o planeta e continuam acabando o com os impressos. A tendência é acabar com o “papel” nos próximos anos, mas há quem defenda o uso de impressos afirmando que o papel pode ser interativo, porém, se tratando de questões ecológicas, será uma grande inovação pois irá evitar que mais árvores sejam devastadas. Na minha opnião, uma excelente idéia.

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