Essa é uma área para conversarmos sobre gestão e mercado, permeando as organizações e as ações adotadas para atingirmos os resultados.
Dedicamos esse espaço para a temática central "inteligência estratégica", pois acreditamos que sem a estratégia nenhum projeto, ação ou processo possui sentido.

A (re)invenção das revistas.

Em Fórum da Aner realizado em São Paulo, editores de revistas discutem desafios da mídia na era da mobilidade.

O entendimento da revista como mídia portátil e os desafios dos editores diante do crescimento do acesso à internet via smartphones e tablets permearam boa parte das discussões do VI Fórum de Revistas da Aner (Associação Nacional dos Editores de Revistas), realizado na última quarta-feira, 24, no hotel Renaissance, em São Paulo. Reunidos para debater os rumos do mercado, gestores de grandes grupos de mídia, jornalistas, publicitários e acadêmicos expuseram cases de integração entre canais online e off-line, formatos de monetização, além de erros e acertos experimentados.

Em surpreendente e improvável apresentação, a CEO do Femina Group, Svida Alisjahbana, mostrou como é produzir revistas femininas na Indonésia, maior país muçulmano do mundo. “No fundo, mulheres do mundo todo, seja do lado Ocidental ou do Oriental, têm os mesmos medos, anseios, desejos. Apesar das diferenças religiosas e culturais, temos muitas similaridades com o Brasil. Os hábitos de acesso à internet, uso de aparelhos celulares e gostos são parecidos. E eles, inevitavelmente, nos dias de hoje, passam pela internet, pelo celularâ€, revelou.

Mobilidade, inclusive, foi tema recorrente entre os debatedores do evento. Pedro Doria, editor executivo das plataformas digitais de O Globo, defendeu que edições especiais para smartphones e tablets devem atender a objetivos diferentes do que se oferece a mídia impressa. “Observamos que as pessoas consomem hard news no celular, mas têm interesse em ler conteúdo analítico e inteligente no tabletâ€, completou. Doria apresentou o formato escolhido pelo diário carioca para seus diferentes canais, entre eles, uma edição exclusiva para tablet que aumentou significativamente o número de downloads de aplicativo do jornal O Globo por usuários dos sistemas operacionais móveis iOS e Android.

Na mesma linha, Alexandre Maron, diretor de inovação digital da Editora Globo, aposta que os smartphones tendem a ser mais disruptivos para o mercado editorial do que foi a chegada da internet. “Temos falado ano após ano que o mobile vai acontecer. Isso ainda não aconteceu de fato para o mercado de editores, apesar do consumo de conteúdo de conteúdo via celular ser incontestável. E lá vamos nós para mais um desafioâ€, provocou.

Credibilidade e Tratamento Editorial – A internet e, mais especialmente, as redes sociais, ampliaram as possibilidades de produção e compartilhamento de conteúdo. Neste contexto, o Fórum levantou a questão: como manter o valor do conteúdo editorial, tratado de forma jornalística? Para o diretor de redação da Veja, Eurípedes Alcântara, o segredo está no tratamento dado ao fato. “Qualquer um consegue relatar um fato no Twitter, mas são os jornalistas que darão uma abordagem profissional ao fato. Assim, a internet não é uma fonte, e sim um meioâ€, defendeu.

Além do tratamento editorial, credibilidade foi outro ponto destacado para diferenciar a valorizar a marca de uma revista na avalanche de dados da web. “O papel do jornalista passa a ser de curador, de certificador da informação. É assim que se garante a qualidade e a credibilidade da informaçãoâ€, analisou Marcelo Rech, diretor geral de jornais do Grupo RBS.

Editor do Ano – Durante o evento, a Aner homenageou o presidente do Grupo Meio & Mensagem, José Carlos de Salles Gomes Neto, com o Prêmio Editor do Ano 2012 pelo conjunto da obra do publisher. “Não deixa de ser um encontro de famíliaâ€, disse o presidente da Aner, Roberto Muylaert, ao entregar o prêmio a Salles Neto.

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Eikón Comunicação 2012