Comunicar é dividir algo em comum. Aqui vamos apontar tendências e o que vem seduzido o mundo.
Em propaganda, publicidade, marketing e coolhunting.

Geraldo Alckmin veta PL 193/08.

Projeto que restringe a publicidade de alimentos direcionada a crianças é considerado inconstitucional.

“Compete privativamente à União legislar sobre propaganda comercialâ€. Este trecho do artigo 22 da Constituição Federal, inciso XXIX, oficializa o argumento utilizado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para vetar o projeto de lei 193/08, que restringe a publicidade de alimentos direcionada a crianças. A decisão foi tomada nesta quarta-feira 29, prazo final para sancionar ou barrar o projeto. Considerada inconstitucional, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira 30 pelo Palácio dos Bandeirantes, a proposta do deputado estadual Rui Falcão (PT) estava em tramitação desde 2008 e tinha o objetivo de impedir a veiculação de anúncios de alimentos e bebidas “pobres em nutrientes, com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio” no rádio e na TV, entre 6 e 21 horas, além de proibir também o uso de personagens e celebridades infantis.

A preocupação em conter os impulsos que levam a consumir alimentos capazes de aumentar os índices de obesidade entre as crianças é a principal bandeira levantada pelo grupo que defende a imposição de limites à publicidade infantil, como o Instituto Alana, Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que presta consultoria à Presidência da República, e Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde).

“Lamentamos a decisão política. Faltou coragem para enfrentar um problema já reconhecido pelas próprias empresasâ€, reclama Pedro Hartung, assessor do núcleo de defesa do Instituto Alana. Dados do IBGE fornecidos pelo órgão mostram que a obesidade já afeta 15% das crianças. Entre as que apresentam sobrepeso, a taxa sobe para 30%, totalizando um universo estimado em cinco milhões de crianças com problemas ligados à alimentação.

Já o receio de ter a liberdade de expressão das marcas censurado é um dos principais pilares que sustentam o lobby da Aba (Associação Brasileira dos Anunciantes), que está entre os líderes da oposição às leis que podem cercear a publicidade, ao lado de outros representantes da indústria da comunicação, como Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e Abap (Associação brasileira das Agências de Propaganda).

Ainda há outro texto, o PL 1.096 de 2011, de autoria do deputado Alex Manente (PPS), que proíbe a venda de alimentos com brinquedos ou brindes. Esta proposta foi aprovada pela Assembleia Legislativa Paulista (Alesp) em dezembro de 2012, juntamente com o PL 193/08, mas ainda não foi analisada pelo governador Geraldo Alckmin. O assunto é tema também do polêmico PL 5.921/01, de autoria do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que chegou a ser arquivado em 2010, mas com a reeleição de Hauly, voltou à pauta do Congresso Nacional, aguardando agora um novo parecer do atual relator, o deputado Salvador Zimbaldi (PDT-SP), ainda sem previsão para ocorrer. Mais abrangente, este texto prevê a proibição de todo tipo de publicidade voltada para crianças até 12 anos de idade.

 

Deixe seu comentário





Eikón Comunicação 2012